Uma alimentação cuidada e
exercício físico regular em idosos saudáveis ajuda a manter o bem estar, de
facto estes dois fatores podem ser determinantes na obtenção de um
envelhecimento bem sucedido. Mesmo em idosos com complicações de saúde
crónicas, ter uma boa nutrição e fazer exercício são condicionantes essenciais
para promover a recuperação em caso de períodos de internamento hospitalar.
Doenças crónicas como doenças
cardíacas, diabetes, entre outras, são um problema crescente nas populações
mais velhas. Atualmente 80% dos adultos com 65 ou mais anos têm pelo menos uma
doença crónica, sendo que desses, metade terá duas ou mais afecções crónicas.
As doenças crónicas são uma
das principais caudas de morte. O impacto de uma boa alimentação torna-se mais
evidente quando se considera que cinco das oito causas de morte por doença
crónica estão relacionadas com a alimentação. Alguns estudos indicam que a
falta de atividade física pode causar uma predisposição para o desenvolvimento
de afecções crónicas.
Com a nutrição e a atividade
física a desempenharem um papel tão importante para a saúde, como podem amigos,
familiares, cuidadores e profissionais de saúde encorajar os idosos a comer
melhor, a serem mais ativos para obterem uma recuperação mais eficaz no período
pós hospitalar?
Educação pode ser a chave!
Após a alta hospitalar os
idosos ficam com duvidas e medos em relação ao que podem ou não fazer, sendo
este um dos dos maiores fatores para as readmissões hospitalares.
Enfrentar esses medos através
da educação pode capacitar os seniores, levando-os a ter um papel ativo na sua
recuperação. Isto aumentará a sua qualidade de vida e irá permitir reduzir o
risco de reinternamento hospitalar.
O censo comum associa a
malnutrição à falta de comida, mas nos idosos nem sempre se verifica esta
situação. O estado nutricional nos idosos pode ser o reflexo de variados
fatores como o tipo de comida ingerida, a água ingerida, entre outros. Educar
os seniores e a família acerca da importância da hidratação, e da importância
de alguns alimentos, que podem ajudar os idosos a obter os níveis nutricionais
adequados ou a fazer as mudanças necessárias à gestão da sua saúde nutricional.
Paralelamente, idosos que
tenham sido hospitalizados por complicações como problemas cardíacos, poderão
sentir-se relutantes na participação em atividades de exercício físico por medo
que estas possam causar recaídas. Assegurar que estes indivíduos sabem
exatamente o que podem e devem fazer ao nível da atividade física durante a
recuperação, vai fazer com que estes medos sejam minimizados.
Fazer com que os idosos
saibam dos efeitos positivos do exercício físico e do impacto direto deste na
recuperação pode favorecer mudanças. Por exemplo, em indivíduos com doença pulmonar
obstrutiva crónica (DPOC) que fazem exercício físico forte ou moderado
regularmente, verificam-se taxas de reinternamento hospitalar mais baixas,
igualmente doentes cardíacos que participam em programas formais de exercício
diminuem o risco de morte em 25%.
Família, amigos, cuidadores
podem também apoiar o idoso na sua recuperação, juntando-se a estes nas
refeições equilibradas e nutritivas, ou até fazendo uma confecção partilhada,
assim como partilhar as atividades físicas que estes desenvolvam. Como acontece
em qualquer pessoa que tenta mudar hábitos de vida, o apoio ajudará os idosos a
obter os recursos que necessitam para concretizar estas mudanças.
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