Comunicação Amiga dos Seniores

Comunicadores eficazes conhecem bem as suas audiências. Estes alteram estratégias para entregar a sua mensagem eficientemente. A linguagem utilizada por um médico na discussão com um colega será, ou deverá ser, diferente da linguagem utilizada para falar com os seus pacientes. Mães falam de maneira diferente para os seus filhos do que falariam para os seus cônjuges. A interação verbal usada numa
entrevista de trabalho é diferente da interação com amigos ou conhecidos, ou com um vendedor numa loja. Através da mudança na estratégia de comunicação, assegura-se que a mensagem tem uma maior probabilidade de ser transmitida e entendida pelo receptor.
No entanto estas mudanças na comunicação nem sempre são reconhecidas. As necessidades na comunicação nos seniores podem mudar lentamente e de forma imperceptível ao longo do tempo. Estas ocorrem devido a mudanças ao nível da memoria, das capacidades sensoriais, tempos de compreensão mais lentos, fatores psicológicos e com os processos próprios do envelhecimento.
Isto inadvertidamente pode aumentar ou criar barreiras na comunicação entre os idosos e as pessoas que comunicam com estes. É normal e involuntariamente adoptarem-se estratégias comunicativas genéricas, sem se ter a percepção que a mensagem não esta a ser compreendida.
Quando isto acontece pode ser gerado um crescente de frustração, irritação na medida em que as pessoas mais velhas parecem simplesmente “não estar a querer ouvir”. Em algumas situações isto poderá escalar até uma situação de discussão com o idoso, tentando num modo forçado “passar a mensagem”. Em casos limite estas frustrações na dificuldade de comunicação podem levar a maus tratos e violência com os idosos. No lado oposto a comunicação entre o idosos e as outras pessoas podem simplesmente cessar, à medida que as barreiras aumentam.
Situações como estas podem ser evitadas alterando as estratégias de comunicação. Algumas estratégias eficazes para garantir que está a falar com um e não para um idoso:
·         Reduza os ruídos de fundo que possam distrair a outra pessoa. Vá para uma área calma ou desligue os dispositivos barulhentos;
·         Facilite as conversas falando primeiro dos assuntos mais triviais, passando para os assuntos mais sérios. Isto dará um período de “aquecimento” à conversa;
·         Discuta tópicos que sejam familiares à pessoa para que esta se envolva na conversação;
·         Evite trocar rapidamente de tópico para tópico, mantenha-se focado;
·         Evite exageros nos detalhes. Fale com frases pequenas e faça questões pequenas. (esta será uma boa estratégia independentemente da idade da pessoa para quem se esteja a comunicar)
·         Dê tempo ao idoso para que este possa responder, permitindo que este se recorde ou relembre o que tem a dizer;
·         Quando decisões têm de ser tomadas, forneça hipóteses, ao invés de esperar por uma resposta aberta;
·         Tenha um escuta ativa em relação ao que a pessoa mais velha está a dizer. Se a mensagem não for clara, procure por pistas físicas ou peça outra explicação.
De salientar que uma conversa tem duas vias, isto é muito importante e permitirá manter uma conversa confortável, sempre que necessário mude a abordagem. Evitar falar com idosos como se estes fossem crianças permitirá o estreitar de relações, bem como proporcionar comunicações agradáveis a ambas as partes.

Bibliografia:

American Speech-Language-Hearing Association. (n.d.). Communicating better with older people. Retrieved from http://www.asha.org/public/speech/development/Communicating-Better-With-Older-People/.

The Gerontological Society of America. (2012). Communicating with older adults: An evidence-based review of what really works. Retrieved from http://www.agingresources.com/cms/wp-content/uploads/2012/10/GSA_Communicating-with-Older-Adults-low-Final.pdf.