Imagine-se a planear a sua vida à volta
do medo de perder o controlo na sua bexiga. Isto pode faze-lo abandonar aquele
plano de ir ao teatro, ou jantar fora menos vezes com os seus amigos, faltar às
idas à igreja, ou de sociabilizar para evitar embaraços de idas frequentes ao
WC. Permanecer numa fila por algum tempo torna-se intimidante, expressar estes
receios torna-se tabu. Se a prevalência da incontinência urinaria aumenta com a
idade, esta não é uma patologia inerente ao envelhecimento, no entanto quando
esta se desenvolve pode ter impactos a nível emocional e na vida quotidiana dos
idosos.
A incontinência afeta mais de 200 milhões
de pessoas, homens e mulheres. É a patologia mais frequente na população idosa,
ainda assim é um dos problemas menos debatidos com os médicos. Por vergonha ou
pela falsa crença que esta afeção funde-se com o envelhecimento, não havendo por
isso nada a fazer para o seu tratamento, os idosos adoptam a incontinência como parte das
suas vidas. Sem uma monotorização próxima dos profissionais de saúde os seniores
que perdem controle na sua bexiga podem ver esta patologia centralizar-se na
sua vida, organizando-a a volta deste problema de saúde.
Os
adultos mais velhos que sofrem de incontinência debatem-se muitas vezes com
estados de ansiedade ou depressão, estes advêm das percepções negativas da sua
incapacidade de controle das funções corporais básicas. Isto pode desencadear
um ciclo vicioso onde os idosos progressivamente desistem de atividades
anteriormente prazerosas, estas tornam-se difíceis ou impossíveis de realizar,
isto vai contribuir para o desenvolvimento da depressão, e consequentemente uma
diminuição acentuada da qualidade de vida.
Este retraimento de tarefas e interação
social devido à incontinência, pode desencadear processos de dependência na generalidade
das tarefas do quotidiano, como fazer compras ou até na higiene pessoal. Para
os cuidadores familiares esta ruptura de independência leva muitas vezes a um
processo de institucionalização do familiar, o que pode aumentar os gastos
financeiros, e provocar, como foi referido, uma gradual perda de qualidade de
vida à medida que se acentua esta perda de autonomia.
Gerir os
efeitos da incontinência
Idosos que sofrem de incontinência devem
discutir este problema abertamente com os seus médicos. Atualmente existe um
conjunto alargado de terapias, algumas delas que se podem desenvolver em casa,
estas visam controlar ou até solucionar este problema de saúde tão incapacitante.
Para os casos onde houve desenvolvimento de quadros de depressão e/ou ansiedade,
provocados pela incontinência, deve ser feito um encaminhamento para
profissionais da área da psicologia ou psiquiatria, estes facilitaram a criação
de mecanismos para ajudar lidar melhor com esta afeção.
Famílias que estejam preocupadas com o
estado de saúde e higiene dos seus entes queridos, podem procurar ajuda
profissional através de um cuidador altamente preparado para este tipo de
situação, como um Comfort Keeper®. Estes profissionais da assistência
domiciliaria têm formação na área da gestão da incontinência, bem como na
prestação e auxilio nos cuidados de higiene. As famílias podem também pelo
desconstruir do tabu da vergonha, mostrar que esta situação pode ser tratada,
mantendo assim intacta a dignidade do idoso.
Referencias
Bibliográficas
Broome, B.A. (August 22, 2003). The impact of urinary incontinence on
self-efficacy and quality of life. Health and Quality of Life Outcomes 2003,
1(35). doi:10.1186/1477-7525-1-35. Retrieved from
http://www.hqlo.com/content/1/1/35.
National Association for Continence. (n.d.) Facts & Statistics.
Retrieved from http://www.nafc.org/index.php?page=facts-statistics.
Shah, D. and Badlani, G.Treatment of Overactive Bladder and Incontinence
in the Elderly. Rev Urol. 4(Suppl 4), S38–S43.Retrieved from
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1476020/.
Women's Health and Education Center. (July 23,
2009). Psychosocial impact of incontinence. Retrieved from
http://www.womenshealthsection.com/content/urogvvf/urogvvf003.php3.