Alzheimer é um tipo de demência que provoca uma
deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas
– memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras. Esta
deterioração tem como consequências alterações no comportamento, na
personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização
das suas actividades diárias.
Atinge, sobretudo, pessoas com mais de 60 anos e o
risco de aparecer aumenta, progressivamente, com a idade. Os sintomas iniciais
da doença de Alzheimer incluem perda de memória, desorientação espacial e
temporal, confusão, bem como problemas de raciocínio e pensamento.
Quais são os sintomas?
Normalmente
há medida que as pessoas envelhecem, sofrem de alguma dificuldade em lembrar-se
de alguns nomes ou detalhes específicos. Este tipo de perdas de memória não é
característico de doentes com Alzheimer. Nesta doença a perda de memória é
progressiva e começa a interferir gradualmente nas actividades diárias, as
capacidades de interacção social começam a diminuir e pode haver instabilidades
de humor repentinas.
O
aparecimento de um destes sintomas individualmente não é significativo, sendo
necessário analisar as capacidades das pessoas no passado e no presente e
verificar a discrepância. Os doentes de Alzheimer, usualmente, demonstram um
grupo de problemas e não sintomas individuais, tais como a perda de memória, a
dificuldade em reconhecer familiares, a incapacidade para realizar actividades
do dia-a-dia, dificuldades com o vocabulário, dificuldades em ler e escrever,
falta de discernimento, descuido com a imagem, mudanças de personalidade,
instabilidade emocional pautada por grandes alterações de humor, medo e
ansiedade sem nenhuma razão aparente, comportamento desinibido, desorientação,
problemas com a coordenação motora, falta de orientação, problemas que põem em
causa a segurança dos doentes entre outras.
A segurança dos doentes de Alzheimer
Uma das questões mais sensíveis dos
doentes com Alzheimer é a tendência para fugirem de casa, pelas mais variadas
razões – efeitos secundários da medicação, um ambiente barulhento ou
stressante, tentar satisfazer as necessidades básicas (ir à procura de uma casa
de banho) ou mesmo tentar realizar actividades diárias passadas, como por
exemplo, ir à procura do antigo emprego.
Para reduzir as probabilidades de os
doentes fugirem de casa há uma serie de medidas de prevenção que podemos tomar,
tais como:
- Providenciar oportunidades para o doente
se exercitar dentro e fora de casa: dançar, cantar, passear num centro
comercial, de modo a que a pessoa explore por si própria as várias
possibilidades e não tenha que fugir de casa;
- Reduzir o barulho e a confusão,
essencialmente, às horas da refeição;
- Rotular as casas de banho, quartos, cozinha
e sala de estar com letras grandes e imagens. Colocar uma faixa amarela de
plástico como símbolo de perigo em todas as portas que não são para
atravessar;
- Camuflar as portas pintando-as da mesma
cor das paredes ou cobrindo-as com cortinas. Colocar um espelho a todo o
comprimento nas portas para o exterior. Alguns doentes, quando não se
reconhecem no espelho, voltam para trás e não saem de casa;
- Instalar alarmes eletrónicos nas janelas
e nas portas;
- Monitorizar a medicação regularmente,
especialmente os ansiolíticos e anti-depressivos;
- Aprender os hábitos e estilos de vida do
doente, de modo a tentar perceber as suas reacções, como por exemplo, como age
após uma discussão ou se sai de casa no seu antigo horário de trabalho.