A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crónica cada vez mais frequente na nossa sociedade, e a sua prevalência aumenta muito com a idade, atingindo ambos os sexos e todas as idades.
A Diabetes é caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue, a hiperglicemia. A hiperglicemia que existe na Diabetes, deve-se, nalguns casos, à insuficiente produção e noutros à insuficiente acção da insulina e, frequentemente, à combinação destes dois factores.
As pessoas com Diabetes podem vir a desenvolver uma série de complicações, necessitando, por isso, de desenvolver um método de prevenção, através de um controlo rigoroso da hiperglicemia, da hipertensão arterial, entre outros, bem como de uma vigilância periódica aos órgãos mais sensíveis, como a retina, os nervos, os rins, coração, etc.
Diabetes em Portugal:
A Prevalência da Diabetes em 2010 é de 12,4% da população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos, o que corresponde a um total de aproximadamente 991 mil indivíduos.
Como podemos constatar, existe uma correlação directa entre o incremento da prevalência da Diabetes e o envelhecimento da população. De facto, mais de um quarto da população portuguesa, no escalão etário dos 60-79 anos, tem Diabetes.
Segundo o Observatório da Diabetes, em Portugal, 38,4% da população tem Diabetes ou Hiperglicemia Intermédia (Pré-Diabetes), sendo que, a Diabetes tem assumido, ao longo da década de 2000, um papel preponderante nas causas de morte.
Tipos de Diabetes:
- A Hiperglicemia Intermédia, conhecida como Pré-Diabetes, é uma condição em que os indivíduos apresentam níveis de glicose no sangue superiores ao normal, não sendo, contudo, suficientemente elevados para serem classificados como Diabetes.
- A Diabetes Tipo 1, também conhecida como Diabetes Insulino-Dependente, é a mais rara e atinge na maioria das vezes crianças ou jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos. As pessoas com Diabetes tipo 1 necessitam de injecções de insulina diariamente para poderem sobreviver. A causa deste tipo de Diabetes é, portanto, a falta de insulina, não estando directamente relacionada com hábitos de vida ou de alimentação incorrectos, ao contrário do que acontece na Diabetes Tipo 2.
- A Diabetes Tipo 2, também conhecida como Diabetes Não-Insulino Dependente, é o tipo de Diabetes mais comum, 90% dos casos, ocorrendo em indivíduos que herdaram uma tendência para a Diabetes e que, devido a hábitos de vida sedentários, a uma alimentação desequilibrada e, por vezes, ao stress, vêm a sofrer de Diabetes quando adultos.
- A Diabetes Gestacional é a que ocorre durante a gravidez e surge em grávidas que não tinham Diabetes antes desta condição, desaparecendo, normalmente, quando a gravidez termina. A Diabetes Gestacional ocorre em cerca de uma em cada vinte grávidas e o aumento do nível de glicose materna pode resultar em complicações para o recém-nascido. As mulheres que tiveram Diabetes Gestacional apresentam um risco aumentado de desenvolver Diabetes tipo 2 em anos posteriores.
Os sintomas mais comuns, quando a glicemia é muito elevada, são os seguintes:
- Sede anormal e secura da boca;
- Micção frequente (acto de urinar);
- Cansaço e falta de energia;
- Fome constante;
- Perda de peso repentina;
- Feridas que demoram a cicatrizar;
- Infecções recorrentes;
- Visão turva.
Em praticamente todos os países desenvolvidos, a Diabetes é a principal causa de cegueira, insuficiência renal e amputação de membros inferiores, constituindo, actualmente, uma das principais causas de morte (principalmente por implicar um risco significativamente aumentado) de doença coronária e de acidente vascular cerebral.
Possíveis complicações:
- Neuropatia - Doença do sistema nervoso;
- Nefropatia - Lesões ou doença do rim;
- Retinopatia - Lesões não inflamatórias da retina ocular. A retinopatia pode progredir para cegueira;
- Hipertensão arterial - Doença crónica determinada por elevados níveis de pressão sanguínea nas artérias;
- Doença Macrovascular - Doenças relacionadas com a disfunção arterial;
- Pé diabético - Alterações que ocorrem nos pés de pessoas com Diabetes: problemas circulatórios, infecções e menor circulação sanguínea no local, que, em casos extremos, podem levar à amputação do pé;
- Outras complicações - Disfunção sexual; Infecções.
O diagnóstico precoce, o bom controlo metabólico e a vigilância periódica, são as principais armas para prevenir ou atrasar o início e a evolução das complicações.