“Como se pode dizer a alguém que chegou a
hora de deixar de conduzir? Nem sempre é percetível ou obvio quando um familiar
sénior chegou ao ponto em que tem de deixar a chaves do seu carro.”
Pode perguntar
a si mesmo acerca da capacidade do seu amigo ou familiar sénior conseguir
desempenhar de forma segura a tarefa de condução. Quer apoia-lo na manutenção
da sua independência, mas por outro lado a capacidade para desempenhar esta
tarefa torna-se uma preocupação. Infelizmente é assim, nem todos retemos a
capacidade de conduzir um carro durante toda a vida. Medicação, perda de visão,
fragilidade, incapacidade física e senilidade, podem levar à perda de
capacidade de conduzir prematuramente e permanentemente. Então, como se pode
dizer a alguém que chegou a hora de parar de conduzir?
Desistir de
conduzir é uma transição que todos desejam adiar o maior tempo possível. Para muitas
pessoas idosas perder a carta de condução é por si um episódio muito
perturbador e com razão. Numa cultura onde dependemos fortemente dos carros
para a vida quotidiana, e conseguir chegar onde precisamos – para trabalhar, ir
ao médico, ir à missa, fazer compras, visitar amigos e parentes ou somente para
dar um passeio. A maioria dos idosos equipara mesmo a perda da carta de condução
à chegada da dependência, sentindo-se presos em casa, com a sua liberdade restringida
incapazes de controlar quando podem ou não sair de casa, ser espontâneos.
Nem sempre é óbvio
ou facilmente percetível quando é que um idoso chegou ao ponto de ter de
abandonar as chaves do seu carro. A perda das capacidades necessárias para
operar um carro com segurança pode ocorrer tanto de repente como de forma
gradual. Existe um padrão que ajudar a diagnosticar estas perdas, avisos das
autoridades por circulação a velocidades extremamente baixas ou muito altas, pequenos
toques ou arranhões nos para-choque. Isto poderá indicar que o idoso estará com
dificuldades em visualizar peões, sinalização, objetos ou outros veículos.
Os seniores
podem ter declínios facilmente observáveis nas suas habilidades físicas que
podem interferir na condução segura. Artrite ou outros problemas articulares
podem não permitir todos os movimentos e amplitude de movimento necessários à condução.
E possível que o idoso não tenha uma atividade física regular que lhe permita
ser forte e flexível para as reações necessárias à condução.
A visão é obviamente
um componente chave na capacidade de condução, mas a idade altera o
funcionamento dos olhos. A visão periférica estreita-se, a retina torna-se
menos sensível à luz e a capacidade de foco diminui. Os olhos mais velhos
também são mais propensos a desenvolver cataratas, glaucomas, degeneração
macular entre outros tipos de deficiências visuais.
Mais de um
terço dos adultos com mais de 65 anos sofre de algum tipo de perda auditiva.
Audição deficiente pode comprometer a capacidade de ouvir buzinas, sirenes,
pneus e outros sons que normalmente alertam para uma situação potencialmente
perigosa.
Os medicamentos
prejudicam igualmente e significativamente a condução dos idosos. Os efeitos
colaterais de muitas drogas comprometem a capacidade de condução, causando sonolência,
visão turva, confusão e tremores. Outros medicamentos podem também causar
distração ou incapacidade de concentração nas condições da estrada ou outros
perigos que possam surgir.
Como cuidador,
ter de retirar a chaves ao sénior de que se cuida pode ser uma das decisões
mais difíceis a tomar. Mas quando se suspeita que os seus familiar já não reúne
as condições de segurança, sendo um perigo para ele ou para terceiros, não
espere até algo grave acontecer, tenha uma atitude preventiva. Aqui estão
algumas formas práticas para avaliar se um idoso tem capacidade para conduzir.
·
Faça varias viagens com o idoso. Seja um
observado ativo do seu comportamento. Verifique se esta tenso, se facilmente se
irrita com outros condutores, se esta exageradamente cansado após conduzir? Se assim
for o idoso pode estar a desenvolver uma ansiedade sobre a condução.
·
Fica relutante em conduzir em certos locais
especialmente à noite? Talvez esteja já a entender as suas próprias limitações,
pergunte-lhe o porquê destes receios.
·
Achas que o tempo de reação a semáforos ou a
outros estímulos diminuiu?
·
Está consciente do ambiente de condução? Tem
noção da localização da traseira do carro, o carro fica exageradamente perto
das guias da estrada? Ouve reclamações de que se perde mais frequentemente?
·
Analise cuidadosamente o carro, procure sinais
de danos que indiquem acidentes. Se encontrar mais danos que um normal risco
ocasional, peça uma explicação.
·
Observou uma condução questionável? Questione
sobre multas por infrações, ou se o valor do seguro tem aumentado.
·
Finalmente pergunte a amigos ou vizinhos sobre a
condução do seu familiar ou amigo senior. Estes podem ter observado problemas,
mas podem estar relutantes em contar com medo de estar a invadir a privacidade do
idoso. Depois de ganhar confiança refira que se trata da segurança de todos ter
esta informação.
A idade não é
um preditivo absoluto da habilidade para conduzir, como cuidador é importante
reconhecer os impactos que esta tem sobre o que realmente conta na estrada.
Referencias: